1 de jun. de 2012

A NOITE



A noite vem buscar secretamente
através das dobras das cortinas
brilho de sol esquecido em teu cabelo.
Olha, nada mais quero que não seja ter
entre as minhas tuas mãos, e ser
tranqüilo e bom, todo cheio de paz.

Fazes-me crescer a alma que estilhaça
o dia-a-dia em cacos; e assim ganha
uma amplitude que é milagre teu:
Nos seus molhes de aurora vão morrer
as primeiras ondas de infinidade.

Rainer Maria Rilke
(Tradução: Augusto de Campos)

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