Noite, velada noite,
faz-me teu poeta!
Deixa-me entoar as canções
de todos aqueles
que, pelos séculos dos séculos,
se sentaram em silêncio
à tua sombra!
Deixa-me subir ao teu carro sem rodas
que corre silencioso de mundo a mundo,
tu que és rainha do palácio do tempo,
escura e formosa!
Quantos entendimentos ansiosos
penetraram mudos no teu pátio,
vaguearam sem lâmpada pela tua casa,
à tua procura!
Quantos corações, que a mão do Desconhecido
atravessou com a flecha da alegria,
romperam em cânticos
que sacudiam a tua sombra
até aos alicerces!
Faz-me, ó noite,
o poeta destas almas despertas
que contemplam maravilhadas,
à luz das estrelas,
o tesouro que encontraram
de repente;
o poeta do teu insondável silêncio,
ó noite!
Rabindranath Tagore
Boa noite, amada.
ResponderExcluirAchei seu blog muito belo e oportuno!
Tenho, junto com mais uns amigos, um projeto para compartilhamento de conteúdos literários na rede, chama-se Corrente Literária. O tema desse mês é "O que a noite nos reserva?", adoraria que você participasse.
Segue o link da proposta da Corrente: https://www.facebook.com/photo.php?fbid=422774927772048&set=a.398951586821049.82452.392258864156988&type=1
Abraços.