25 de jun. de 2012

VESPERTINO



Sobre as veigas e campos perfumados
Se estende um véu de sombras e palores;
Cingem, no entanto, vívidos fulgores
Os denegridos cerros escalvados.

Enxada ao ombro em cismas mergulhados
Voltam do campo os rudes lavradores;
Soam no ar bucólicos rumores;
Doces mugidos, cantos magoados.

Ao longe o sino em doloroso acento
Geme uma prece; a juriti suspira,
De quando em vez, um brado de lamento.

E na floresta – gigantesca lira –
Vai tristes nênias entoando o vento
Ao rei da luz que no poente expira.

Pe. Antônio Tomaz

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